A mãe adorava provérbios, citações, slogans. Havia sempre pequenos lembretes colados na parede da cozinha. Por exemplo, a palavra PENSAR. Encontrei PENSAR afixado num quadro de avisos no seu quarto escuro. Vi-o colado com fita adesiva numa caixa de lápis que ela tinha colado. Até encontrei um panfleto intitulado PENSAR na sua mesa de cabeceira. A mãe gostava de PENSAR. Assim começa a inesquecível memória de Diane Keaton sobre a sua mãe e ela própria. Nela, conhecerá a mulher conhecida por dezenas de milhões como Annie Hall, mas também conhecerá, e se apaixonará, pela sua mãe, a amorosa, complicada e sempre pensativa Dorothy Hall. Para escrever sobre si mesma, Diane percebeu que tinha de escrever também sobre a sua mãe e como o vínculo entre elas veio a definir ambas as suas vidas. Num notável ato de criação, Diane não só se revela a nós, como também nos permite conhecer em detalhe íntimo a sua mãe. Ao longo da sua vida, Dorothy manteve oitenta e cinco diários—literalmente milhares de páginas—nos quais escrevia sobre o seu casamento, os seus filhos e, mais pro